quinta-feira, 28 de abril de 2011

> (alguém foi entrevistado por um jornalista, e disse o seguinte:)

> Meus amigos e Senhores,
> Eu não sei se é verdadade o que abaixo li, mas na dúvida...
> Leiam com atenção o que abaixo é dado como uma denúncia de
> enriquecimento ilícito das farmácias à custa do Governo, (que no fundo somos
> todos nós que pagamos). E depois dizem que há crise...
> E já agora... a fraude não é só ao Estado. Os sistemas privados
> (SAMS, por exemplo) comem pela mesma medida.
>
>
> (alguém foi entrevistado por um jornalista, e disse o seguinte:)
>
> «- Há uma grande fraude que se está a passar nas farmácias.
> - Ai sim? Ora conte lá isso...
> - O senhor jornalista lembra-se de quando ia aviar remédios à
> farmácia e lhe cortavam um bocadinho da embalagem e a colavam na receita,
> que depois era enviada para o Ministério da Saúde, para reembolso às
> farmácias?
> - Lembro, perfeitamente... Mas isso já não existe, não é verdade?
> - É... Agora é tudo com código de barras. E é aí que está o
> problema... É aí que está a fraude. Deixe-me explicar: como o senhor sabe,
> há muita gente que não avia toda a receita. Ou porque não tem dinheiro, ou
> porque não quer tomar um dos medicamentos que o médico lhe prescreveu e não
> lhe diz para deixar de o receitar. Ora, em algumas farmácias - ao que
> parece, muitas - o que está a acontecer é que os medicamentos não aviados
> são na mesma processados como se o doente os tivesse levantado. É só passar
> o código de barras e já está. O Estado paga.
> - Mas o doente não tem que assinar a receita em como levou os
> medicamentos? - Perguntei.
> - Tem. Mas assina sempre, quer o levante, quer não. Ou então não tem
> comparticipação... Teria que ir ao médico pedir nova receita...
> - Continue, continue - Convidei
> - Esta trafulhice acontece, também, com as substituições. Como
> também saberá, os medicamentos que os médicos prescrevem são muitas vezes
> substituídos nas farmácias. Normalmente, com a desculpa de que "não há...
> Mas temos aqui um igualzinho, e ainda por cima mais barato". Pois bem: o
> doente assina a receita em como leva o medicamento prescrito, e sai porta
> fora com um equivalente, mais baratinho. Ora, como não é suposto
> substituírem-se medicamentos nas farmácias, pelo menos quando o médico
> tranca as receitas, o que acontece é que no processamento da venda,
> simula-se a saída do medicamento prescrito. É só passar o código de barras e
> já está. E o Estado paga pelo mais caro...
> Como o leitor certamente compreenderá, não tomei de imediato a
> denúncia como boa. Até porque a coisa me parecia simples de mais. Diria
> mesmo, demasiado simples para que ninguém tivesse pensado nela. Ninguém do
> Estado, claro está, que no universo da vigarice há sempre gente atenta à
> mais precária das possibilidades. Telefonei a alguns farmacêuticos amigos a
> questionar...
> - E isso é possível, assim, de forma tão simples, perguntei.
> - É!... Sem funfuns nem gaitinhas. É só passar o código de barras e
> já está, responderam-me do outro lado da linha.
> - E ninguém confere? - Insisti.
> - Mas conferir o quê? - Só se forem ter com o doente a confirmar se
> ele aviou toda a receita e que medicamentos lhe deram. De outro modo, não
> têm como descobrir a marosca. E ó Miguel, no estado a que as coisas
> chegaram, com muita malta à rasca por causa das descidas administrativas dos
> preços dos medicamentos... Não me admiraria nada se viessem a descobrir que
> a fraude era em grande escala...
> E pronto... Aqui fica a denúncia, tal qual ma passaram...
> Se for verdade... Acho que é desta que o Carmo e a Trindade caem
> mesmo!»

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