quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sócrates livrou-se de Portugal

«Foi Portugal que se livrou de José Sócrates ou José Sócrates que se livrou de Portugal?
 

O que se passa é o seguinte: José Sócrates está demasiado contente. Não me conformo com esta alegria, esta cordialidade, este bom perder. Quero vê-lo espernear, recriminar os adversários, lançar um último insulto a Manuela Moura Guedes. Que contentamento é este? Trata-se de uma boa disposição que ofende. Magoa até quem, como eu, nunca votou nele. Afinal foi Portugal que se livrou de José Sócrates ou José Sócrates que se livrou de Portugal?
Sócrates tem a desfaçatez de se comportar como aquelas namoradas que aceitam muito bem a notícia de que o namoro acabou. Não há lágrimas, não há ranho, não há nada. O fim da relação não é um drama, é um alívio. Ficam mais soltas, mais leves, mais vivas. E têm finalmente tempo para ir para França tirar aquele curso de Filosofia que sempre quiseram frequentar. Amigo leitor, não era José Sócrates que estava a entravar o nosso desenvolvimento, éramos nós que estávamos a entravar o desenvolvimento de José Sócrates.
Assim como vamos sabendo das antigas namoradas através dos amigos, vamos sabendo de José Sócrates através do Expresso. E remoemos as informações com azedume. Que ideia é esta de ir estudar para Paris? E filosofia? Não faz sentido. Uma pessoa chamada Sócrates decidir estudar filosofia é como um tipo chamado Eusébio querer fazer carreira no futebol. É má ideia, proporciona comparações desagradáveis.
E não podemos deixar de sentir que Sócrates não vai para França para nos esquecer. Na verdade, Sócrates já nos esqueceu. E, ao contrário da generalidade dos emigrantes, Sócrates não parte em busca de melhores condições de vida. José Sócrates não vai emigrar para fugir de José Sócrates - até porque, em princípio, José Sócrates vai com José Sócrates. Sócrates vai emigrar para fugir de nós. Alguém que lhe apreenda o passaporte, por favor. Era o que faltava. Obriguem-no a aguentar as medidas da troika até ao fim. Só pode sair do País quando o memorando estiver cumprido. »
Fonte: http://arquivo-critico.blogspot.com/

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Esta é uma homenagem à turma dos cabelos brancos.

À minha turma!
 

Um jovem muito arrogante, que estava a assistir a um jogo de futebol, tomou para si a responsabilidade de explicar a um senhor já maduro, próximo dele, porque era impossível a alguém da velha geração entender esta geração.
"Vocês cresceram num mundo diferente, um mundo quase primitivo!", o estudante disse alto e claro de modo a que todos em volta pudessem ouvi-lo.
 "Nós, os jovens de hoje, crescemos com Internet, telemóvel, televisão, aviões a jacto, viagens espaciais, homens caminhando na Lua e as nossas naves espaciais a visitar Marte. Nós temos energia nuclear, carros eléctricos e a hidrogénio, computadores com grande capacidade de processamento e ...,"
- fez uma pausa para tomar outro gole de cerveja.
O senhor aproveitou-se do intervalo do gole para interromper a liturgia do estudante na sua ladaínha e disse:
- Você está certo, filho. Nós não tivemos essas coisas, quando éramos jovens, porque estávamos ocupados em inventá-las.
E você,  arrogante, com tantos meios e recursos disponíveis nos dias de hoje, o que está a fazer para a próxima geração?
Foi aplaudido de pé!