quarta-feira, 17 de julho de 2013

Por: Daniel Oliveira


O BPN foi, como se sabe, oferecido ao banco de Mira Amaral. Sim, 40 milhões de euros por um banco é uma oferta. E foi oferecido sem as dívidas, sem tudo o que nele era tóxico e problemático. Isso, Passos Coelho, homem do rigor e dos sacrifícios, deixou para os contribuintes. Para conseguir este extraordinário montante, o Estado deu todas as garantias: o contrato assinado com o BIC prevê que o banco se responsabilize por resolver as ações judiciais instauradas contra o BPN por clientes e trabalhadores, mas, claro está, mediante reembolso do Estado. A primeira factura chegou: 100 milhões de euros. No fim o Estado pode vir a pagar ao BIC cerca de 600 milhões de euros. 15 vezes mais do que recebeu pela privatização.
Com quase todos os que levaram o BPN à ruína em liberdade, com uma obscura venda por trocos a um banco presidido por um ex-ministro do PSD, deixando todos os podres para os contribuintes, o Estado continuará a financiar cada problema que surja num banco que, na realidade, apenas geriu por dois anos. O BPN foi assaltado pelos seus próprios donos, nós pagamos. O BPN é privatizado, nós pagamos. O BPN continua a ter problemas por resolver, nós continuamos a pagar. Tirando a nacionalização, tudo isto é feito por um governo que se atreve a dar lições sobre o despesismo que nos terá levado até aqui. O problema é, ao que parece, querermos ter hospitais, escolas e reformas que não podemos pagar.
O obscuro processo de reprivatização do BPN, um autêntico assalto ao Estado, dirigido pelo ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar, coordenado pela então secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, e apoiado pelo primeiro-ministro Passos Coelho, só podia, num país com algum respeito pelos contribuintes, acabar na barra do tribunal. Com o julgamento dos decisores políticos que determinaram as escandalosas condições e montantes para esta privatização. Mas por cá, pede-se responsabilidade a todos os partidos. Que negoceiem com esta gente a "salvação nacional". Talvez chamar o cavaquista Mira Amaral como "personalidade de reconhecido prestígio" para moderar as conversas. Assim ficava tudo em casa.
Este episódio, a privatização dos CTT e das Águas de Portugal, e todos os negócios que ainda estão por fazer, são uma das razões porque tanta gente muito respeitável da política e dos negócios não quer ondas. Não quer eleições, oposição, contraditório. O próprio Mira Amaral disse, um dia depois da demissão de Paulo Portas, que o Presidente da República só deveria "convocar eleições em caso extremo", defendendo "um acordo entre os grandes partidos, PSD, PP e PS, que sustentasse uma solução de governo". Há que manter tudo sereno, consensual, em silêncio. Porque, como se sabe, a crise é sempre uma oportunidade. Que não venha a democracia agitar tão prazenteiro pântano.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

A Isilda esqueceu-se que é professora. Tavez não seja mesmo!

A deputada do PSD, Isilda Aguincha, candidata à Câmara Municipal do Entroncamento, disse, terça-feira, dia 18, no Parlamento, a propósito das greves de professores,  que "esta é uma luta dos sindicatos, não dos professores", o que demonstra uma perceção enviesada da realidade e uma intenção despudorada de pactuar com a estratégia de agressão à classe docente - pilar essencial na construção dum futuro com esperança - levada a cabo pelo Governo.

Uma mente assim não interessa ao País nem, muito menos, ao Entroncamento.

Os professores , os seus familiares e os seus amigos, eleitores no Entroncamento, não querem esta senhora para presidente da Câmara. Vão penalizar Isilda Aguincha.

NÃO votes PSD!!!

A luta é mesmo dos professores, por uma escola pública de qualidade e por um País com futuro!

Reencaminha para todos os que votam no Entroncamento.

domingo, 7 de julho de 2013

Duas notícias

Duas notícias

MUITO IMPORTANTES
Este planeta tem cada coisa...

Notícia 1
A filha do presidente de Angola é a primeira mulher bilionária africana (1000 milhões de dólares).
 
Notícia 2
A UNICEF precisa de 4 milhões de dólares para salvar as crianças angolanas subnutridas.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

está real

Carta ao Sr. Prof Cavaco Silva. Ilustre Presidente da República

ESTA ESTÁ REAL…
É bom de "atentar" sobre o que aqui se denuncia ......
Meu Caro Sr Prof Cavaco Silva,
Ilustre Presidente da República

Antes de mais, peço desculpa por, DE NOVO, me dirigir a si através deste meio, o facebook, mas, aparentemente, pelas suas (E DOS SEUS MAIS PRÓXIMOS) reacções à minha anterior missiva, este é o único meio a que Vossa Excelência responde (independentemente da qualidade, da honestidade ou da boa fé da sua resposta, por palavras ou, principalmente, por actos).
Acabei de ler as SUAS DECLARAÇÕES de ontem, dia 10 de Junho (dia de Portugal, de Camões, das Comunidades Portuguesas … do que lhe quiserem chamar). Peço desculpa por não o ter visto ou ouvido em directo mas, como Vossa Excelência deve entender, depois dos seus últimos actos para comigo (e para com muitos dos que discordam de si), NÃO TENHO MUITA VONTADE DE O VER OU OUVIR.
De acordo com o que li, o Senhor disse que: NÃO HÁ RISCOS associados a FRAGMENTAÇÃO SOCIAL.
Meu caro Senhor Professor, lamento informá-lo mas ESTÁ ENGANADO, quiçá mal informado, mal assessorado ou, simplesmente, mal acompanhado.
CONVIDO-O A LEVANTAR-SE DA SUA CADEIRA PRESIDENCIAL e fazer uma visita ao País real.
Como estamos em época de contenção de custos, proponho-lhe, desde já, uma viagem simples (menos de 20 euros por cada pessoa que quiser levar na comitiva presidencial, recorrendo aos bons serviços da CARRIS e aos excelentes serviços do Metropolitano de Lisboa).
Repito: CONVIDO-O A LEVANTAR-SE DA SUA CADEIRA PRESIDENCIAL e fazer uma visita ao País real.
Uma visita simples:
- Saia do palácio ao princípio da manhã e apanhe um autocarro de Belém para o Areeiro; meta-se no Metro e saia na Estação dos Anjos, ao meio da manhã, para ver a FILA DE ESFOMEADOS (SÃO PESSOAS) que ali se junta (e ali se aguenta um par de horas) para receber uma REFEIÇÃO GRATUITA;
- Meta-se de novo no Metro, escolha qualquer direcção e saia num dos grandes centros comerciais de Lisboa e vá almoçar; OBSERVE as pessoas que navegam nas zonas de alimentação à espera que os outros se levantem para, de forma rápida, se sentarem para COMER OS RESTOS DEIXADOS NOS PRATOS (e repare, REPARE BEM, SÃO PESSOAS que ainda se conseguem apresentar de forma suficientemente “bem” para escaparem à vigilância dos seguranças);
- Apanhe o Metro, um Autocarro, ou uma combinação dos dois e vá até junto do Tejo; passeie a tarde a pé do Terreiro do Paço até ao Cais do Sodré e observe; OBSERVE as pessoas (são velhos, essa raça desprezada, mas ainda SÃO PESSOAS) que disputam com os Pombos e as Gaivotas as dádivas de comida, para espanto (e fotografia) dos turistas que nos visitam;
- Apanhe o Metro e vá jantar a outro dos grandes centros comerciais da Cidade e observe; OBSERVE que se repete a cena do almoço (e olhe bem, SÃO PESSOAS);
- Não demore muito a jantar; apanhe a linha vermelha e saia nas Olaias por volta das 21:30 e veja o aglomerado de pessoas (SÃO PESSOAS, Senhor Presidente) que esperam ansiosamente a colocação, no exterior, dos caixotes do lixo do supermercado para, cuidadosamente, tentar encontrar “coisas” que se possam comer;

- Já que está por ali, entre de novo na linha vermelha e vá até à Gare do Oriente, um dos símbolos indiscutíveis do Portugal Moderno; sente-se no muro junto à PSP e observe; OBSERVE as pessoas (SÃO PESSOAS, Senhor Professor, muitas pessoas) que naqueles muros frios encontram a única cama que lhes resta para passar a noite.
Repito: CONVIDO-O A LEVANTAR-SE DA SUA CADEIRA PRESIDENCIAL e fazer uma visita ao País real. Esta visita simples que lhe propus. Bem sei que o Senhor acha que eu sou pouco inteligente e que pertenço ao grupo de pessoas que, erradamente (as palavras são suas), escrevem contra o oásis em que vivemos. Mas, por uma vez, aceite um conselho meu: LEVANTE-SE DA SUA CADEIRA PRESIDENCIAL e vá sentir a verdade.
Se, por dificuldades orçamentais, esta visita não planeada, não tiver autorização de verbas do Sr Dr Vitor Gaspar, ofereço-me aqui, PUBLICAMENTE, para a custear.
Eu sei, reconheço-lhe isso, que o Senhor é superiormente inteligente. Muito mais que eu. De qualquer outra forma TERIA SIDO IMPOSSÍVEL, para si, com os seus, e da Sra D Maria, MODESTOS RENDIMENTOS (as palavras são, uma vez mais, suas) ter-se tornado rico e juntado o pecúlio MILIONÁRIO que detém.
Mas, se é assim inteligente, é impossível não ser observador. LEVANTE-SE DA SUA CADEIRA PRESIDENCIAL e OBSERVE!
E, meu caro, SE DEPOIS DESTA VISITA, que graciosamente lhe desenhei, continuar a achar que NÃO HÁ RISCOS associados a FRAGMENTAÇÃO SOCIAL, então o caso é muito mais sério do que aparenta! Não sei se por degeneração mental, como alguns afirmam, se por chantagem sobre o caso BPN, como outros ventilam ou, ainda, se por PURA MALDADE (eventualmente refinada com a idade). Só sei que É GRAVE!
Despeço-me respeitosamente, aproveitando para lhe deixar um último conselho (meu e de todos os que ainda temos uma réstia de humanidade): aproveite o facto de se ter LEVANTADO DA SUA CADEIRA PRESIDENCIAL e … VÁ-SE EMBORA!
Respeitosamente,Carlos Paz