quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

perola

PORTUGAL: QUE FUTURO?**

>

> *Cinquenta e cinco anos de vida.*

> *Filho de gente humilde. Filho da aldeia. Filho do trabalho. Desde criança

> fui pastor, matei cordeiros, porcos e vacas, montei móveis, entreguei

> roupas, fui vendedor ambulante, servi à mesa e ao balcão. Limpei chãos,

> comi com as mãos, bebi do chão e nunca tive vergonha. Na aldeia é assim,

> somos o que somos porque somos assim.*

>

>

> *Cresci numa aldeia que pouco mais tinha que gente, trabalho e gente

> trabalhadora. Cresci rodeado de aldeias sem saneamento básico, sem água,

> sem luz, sem estradas e com uma oferta de trabalho árduo e feroz.*

> *Cresci numa aldeia com valores, com gente que se olha nos olhos, com gente

> solidária, com amigos de todos os níveis, com família ali ao lado.

> Cresci com amigos que estudaram e com outros que trabalharam. Os que

> estudaram, muitos à custa de apoios do Governo, agora estão desempregados e

> a queixarem-se de tudo. Os que sempre trabalharam lá continuam a sua

> caminhada, a produzir para o país e a pouco se fazerem ouvir, apesar de

> terem contribuído para o apoio dos que estudaram e a nada receberem por

> produzir.*

>

>

> *Cresci a ouvir dizer que éramos um País em Vias de Desenvolvimento e... de

> repente éramos já um País Desenvolvido, que depois de entrarmos para a

> União Europeia o dinheiro tinha chegado a "rodos" e que passamos de

> pobretanas a ricos "fartazanas".*

> *Cresci assim, sem nada e com tudo.*

>

> **E agora, o que temos nós?**

>

> *1. *Um país com duas imagens*.*

> *A de Lisboa: cidade grandiosa, moderna, com tudo e mais alguma coisa, o

> lugar onde tudo se decide e onde tudo se divide, cidade com passado,

> presente e futuro.*

> *E a do interior do país, território desertificado, envelhecido,

> abandonado, improdutivo, esquecido, pisado.*

>

> *2. *Um país de vícios*.*

> *Esqueceram-se os valores, sobrepuseram-se os doutores. Não interessa a tua

> história, interessa o lugar que ocupas. Não interessa o que defendes,

> interessa o que prometes. Não interessa como chegaste lá, mas sim o que

> representas lá. Não interessa o quanto produziste, interessa o que

> conseguiste. Não interessa o meio para atingir o fim, interessa o que me

> podes dar a mim. Não interessa o meu empenho, interessa o que obtenho. Não

> interessa que critiquem os políticos, interessa é estar lá. Não interessa

> saber que as associações de estudantes das universidades são o primeiro

> passo para a corrupção activa e passiva que prolifera em todos os sectores

> políticos, interessa é que o meu filho esteja lá. Não interessa saber que

> as autarquias tenham gente a mais, interessa é que eu pertença aos quadros.

> Não interessa ter políticos que passem primeiro pelo mundo do trabalho,

> interessa é que o povo vá para o...*

>

> *3. *Um país sem justiça*.*

> *Pedófilos que são condenados e dão aulas passados uns dias. Pedófilos que

> por serem políticos são pegados em ombros e juízes que são enviados para as

> catacumbas do inferno.*

> *Assassinos que matam por trás e que são libertados passados sete anos por

> bom comportamento!*

> *Criminosos financeiros que escapam por motivos que nem ao diabo lembram.

> Políticos que passam a vida a enriquecer e que jamais têm problemas ou

> alguém questiona tais fortunas. Políticos que desgovernam um país e

> "emigram" para Paris. Bancos que assaltam um país e que o povo ainda ajuda

> a salvar.*

> *Um povo que vê tudo isto e entra no sistema, pedindo favores a toda a hora

> e alimentando a máquina que tanto critica e chora.*

>

> *4. *Um país sem educação*.*

> *Quem semeia ventos colhe tempestades.*

> *Numa época em que a sociedade global apresenta níveis de exigência

> altamente sofisticados, em Portugal a educação passou a ser um circo. Não

> se podem reprovar meninos mimados. Não se pode chumbar os malcriados. Os

> alunos podem bater e os professores nem a voz podem levantar. Entrar na

> universidade passou a ser obrigatório por causa das estatísticas. Os

> professores saem com os alunos e alunas e os alunos mandam nos professores.

> Ser doutor, afinal, é coisa banal.*

>

> *5. *Um país que abandonou a produção endógena*.*

> *Um país rico em solo, em clima e em tradições agrícolas que abandonou a

> sua história.*

> *Agora o que conta é ter serviços sofisticados, como se o afamado portátil

> fosse a salvação do país. Um país que julga que uma mega fábrica de

> automóveis dura para sempre. Um país que pensa que turismo no Algarve é que

> dá dinheiro para todos. Um país que abandonou a pecuária, a pesca e a

> agricultura. Que pisa quem ainda teima em produzir e destaca quem apenas

> usa gravata. Um país que proibiu a produção de Queijo da Serra artesanal na

> década de 90 e que agora dá prémios ao melhor queijo regional. Um país que

> diz ser o do Pastel de Belém, mas que esquece que tem cabrito de

> excelência, carne mirandesa maravilhosa, Vinho do Porto fabuloso, Ginginha

> deliciosa, Pastel de Tentugal tentador, Bolo Rei português, Vinho da

> Madeira, Vinho Verde, lacticínios dos Açores e Azeite de Portugal para

> vender. E tanto, tanto mais... que sai da terra e da nossa história.*

>

> *6. *Um país sem gente e a perder a alma lusa*.*

> *Um país que investiu forte na formação de um povo, em engenharias

> florestais, zoo técnicas, ambientais, mecânicas, civis, em arquitectos, em

> advogados, em médicos, em gestores, economistas e marketeers, em cursos

> profissionais, em novas tecnologias e em tudo o mais, e que agora fecha as

> portas e diz para os jovens emigrarem.*

>

>

> *Um país que está desertificado e sem gente jovem, mas com tanta gente

> velha e sábia que não tem a quem passar tamanha sabedoria. Um país com

> jovens empreendedores que desejam ficar mas são obrigados a partir. Um país

> com tanto para dar, mas com o barco da partida a abarrotar. Um país sem

> alma, sem motivação e sem alegria. Um país gerido por porcaria.*

>

> **E agora, vale a pena acreditar?**

> *Vale. Se formos capazes de participar, congregar novos ideais sociais e de

> mudar.*

>

> **Porquê acreditar?**

> *Porque oitocentos anos de história, construída a pulso, não se destroem em

> 40 anos. Porque o solo continua fértil, o mar continua nosso, o sol

> continua a brilhar e a nossa alma, ai a nossa alma, essa continua pura e

> lusitana e cada vez mais fácil de amar.*  

domingo, 24 de novembro de 2013

Pelos vistos, a palavra xulo não existe por AQUELAS bandas.... DEPUTADOS NO REINO UNIDO...!



Não é de estranhar, mas é interessante saber... como tudo é diferente...



Os deputados do Reino Unido, na "Mãe dos Parlamentos",



1 . não têm lugar certo onde sentar-se, na Câmara dos Comuns;

2 . não têm escritórios, nem secretários, nem automóveis;

3 . não têm residência (pagam pela sua casa em Londres ou nas províncias) -

Detalhe: e pagam, por todas as suas=0 despesas, normalmente, como todo e qualquer trabalhador! -;

4 . não têm passagens de avião gratuitas, salvo quando ao serviço do próprio Parlamento;

5. E o seu salário equipara-se ao de um Chefe de Secção de qualquer repartição pública!



Em suma, são SERVIDORES DO POVO e não PARASITAS do mesmo.





A propósito, sabiam que, em Portugal, os funcionários não deputados que trabalham na Assembleia têm um subsídio equivalente a 80 % do seu vencimento?



Isto é, se cá fora ganhasse 1000,00 €, lá dentro ganharia 1800,00 €. Porquê? Profissão de desgaste rápido???



E por que é que os jornais não falam disto? Porque têm medo? Ou não podem?

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Assim não

Assim não
João Vieira Pereira
  10:25 Quarta feira, 16 de outubro de 2013

 Dizem que a noite é uma boa conselheira. Foi com essa esperança que deixei para hoje uma primeira análise ao Orçamento do Estado. Infelizmente hoje acordei com a mesma sensação que este não é o orçamento possível, este é o orçamento da incompetência. Não me canso de perguntar. Onde está a reforma do Estado? Aquela anunciada como obrigatória por este Governo e entregue a Paulo Portas para a fazer? Onde está o redesenho das funções do Estado, o fecho de institutos, a reestruturação das empresas públicas? Eu procurei, procurei e apenas encontrei um garrote. É como irmos ao médico tratar uma grave doença do coração e sair de lá com uma perna amputada.Este é o orçamento anti-Função Pública. Dos cortes indiscriminados, da redução cega de prestações e dos novos aumentos de contribuições e de mais impostos. Não existe uma estratégia apenas a necessidade de cortar e cortar. O espelho da incompetência de um Governo, de um vice-primeiro-ministro e no limite de um primeiro-ministro.  O pior é que este orçamento até poderá servir para o objetivo de Portugal conseguir voltar aos mercados. Porque reduz como nunca a despesa do Estado e mostra que o Governo está empenhado em conseguir. Mas não corrige nada. Assim que volte a haver dinheiro repõem-se os cortes e tudo volta ao mesmo. Ao Estado ineficiente, gordo e sem estratégia. A reforma do Estado que devia estar neste orçamento resumiu-se a usar a Função Pública como saco de porrada do défice. Assim não.


cIn www.expresso.pt de 16-10-13.

Bem pensado!

Daniel Oliveira 8:00 Quarta, 16 de Outubro de 2013 Em 2011, José Sócrates avançou com o corte de 3,5% a 10% nos salários dos funcionários públicos acima de 1500 euros brutos. Muito a custo, o Tribunal Constitucional aprovou a medida. Avisando que apenas o fazia por duas razões: porque era transitória (na verdade é "transitória" desde então) e porque, sendo o valor mínimo de 1500 euros, isso era aceitável. Porque os cortes estavam "dentro dos limites do sacrifício que a transitoriedade e os montantes da redução ainda salvaguardam". Em 2012, o TC voltou a recordar que a medida era transitória. No mesmo ano, o TC chumbou a suspensão dos dois subsídios. Mas numa solução um pouco estranha, a inconstitucionalidade determinada pelo TC não teve efeitos práticos. Em 2013, o TC volta a aceitar a medida transitória dos cortes acima de 1500 euros, mas desta vez com um aviso ainda mais claro: "o decurso do tempo implica um acréscimo de exigência ao legislador no sentido de encontrar alternativas que evitem que, com o prolongamento, se torne claramente excessivo para quem o suporta", acrescentando que "o tratamento diferenciado dos trabalhadores do sector público não pode continuar a justificar-se pelo carácter mais eficaz das medidas de redução salarial". Em tribunal-constitucionalês isto quer dizer: a medida era transitória e o facto de ser fácil ir sacar dinheiro aos salários dos funcionários públicos não os pode transformar em mealheiro do governo. Para deixar tudo ainda mais claro, o TC chumbou de novo a suspensão dos subsídios mas desta vez obrigou o Estado a devolver o que, como os juízes já tinham dito, nem poderia ter sido retirado no ano anterior. No Orçamento de Estado para 2014, aquilo para o qual o TC pedia que fossem encontradas alternativas é repetido. Mas em muito pior. Em vez do limite inferior de 1500 euros, ele passa para 600 euros. Em vez do corte máximo de 10%, ele passa para 12%. Sendo muito menos progressivo do que os cortes anteriores, o valor máximo começa logo nos 2000 euros brutos, que passam de um corte de 3,5% para um corte 12%. O que afetava menos de metade dos funcionários públicos passa afetar 90%. Não é preciso ser bruxo para desconfiar que, depois de tudo o que disse e de todos os avisos que deixou, muito dificilmente os juízes do Constitucional deixarão passar esta medida. Ela é, mais ainda do já fora a repetição da suspensão dos dois subsídios, uma inacreditável provocação ao Tribunal Constitucional. E é evidente que os juízes terão toda a razão em impedir estes cortes. A ver se nos entendemos: os funcionários públicos, que sofreram o mesmo agravamento fiscal sentido por nós todos, passaram a descontar mais para a ADSE (única medida com a qual concordo, por ser voluntária), sofreram o anterior corte até 10% e já tiveram a perda de dois subsídios em 2012. Com esta medida, o seu salário é ainda mais maltratado. Pegando num exemplo que nem é dos piores, um funcionário público que recebesse 1600 euros limpos em 2010 vai receber 1350 euros limpos em 2014, isto já com um dos subsídios diluídos no salário. Perde 4500 euros por ano. É um ¼ do seu salário líquido. Não há, que eu saiba, nada de parecido em trabalhadores que façam parte do quadro de empresas e com salários semelhantes. E sabemos como estes também não têm sido poupados à rapina. Apesar do governo estar apostado em provar o contrário, os funcionários públicos são pessoas, não são sacos de pancada. Mas ainda que se discordasse das decisões do Tribunal Constitucional, elas têm sido claras nesta matéria. E com um tribunal não se fazem negociações. Não se vai esticando a corda até ela rebentar. Cumprem-se as decisões e as recomendações e respeita-se a sua autoridade. Discorda-se, critica-se, barafusta-se. Mas cumpre-se. Partindo do princípio que há uma coerência na interpretação que os juízes do TC fazem da Constituição da República (e só a sua interpretação é vinculativa), esta proposta vai ser chumbada. Partindo do princípio que o governo não pensa que os juízes mudarão de opinião por cansaço, o governo sabe que ela será chumbada. Ou então, o que é mais grave, acredita que a pressão política interna (que o governo tem exercido) e externa (que o governo tem permitido) fará os juízes desistir das suas funções: que são apenas e só fazer cumprir uma Constituição que resulta da vontade dos que foram eleitos pelo povo, que a escreveram e alteraram sete vezes. E nem os nossos parceiros internacionais, nem qualquer memorando com eles assinado se sobrepõem à lei fundamental do País. Nem aqui, nem em qualquer Estado de Direito.A minha tese é outra: o governo não anda distraído nem é teimoso. Não se incomoda muito com a forte possibilidade desta e doutras medidas serem chumbadas. Quer, aliás, alimentar o mais que puder o conflito institucional com o Tribunal Constitucional. Para recentrar o debate na Constituição da República, e não no seu falhanço em todas as metas que se propôs cumprir (foi perturbante ver a ministra das Finanças falar dos sinais de retoma enquanto a desgraça dos números da dívida, do défice e do desemprego passavam em rodapé na televisão). Para encontrar nas "forças do bloqueio" - a Constituição e o Tribunal Constitucional - os bodes expiatórios da tragédia para onde nos está a levar. Para provar que é a nossa Constituição e não numa receita absurda, inviável e fanática que nos afunda cada vez mais nesta crise. E que é ela que impede a purificação do Estado e da economia. Não faltam jovens e velhos comentadores a fazerem coro com o governo neste discurso vigoroso contra as forças "reacionárias" que impedem o nosso progresso. A retórica revolucionária começa sempre por atacar as instituições que travam a queda de um regime decadente. Neste caso, são instituições passadistas, como o Tribunal Constitucional, que continuam a suportar os focos antirevolucionários. Mas graças ao empenho desta vanguarda esclarecida que ilumina os nossos espíritos arcaicos, é sobre as ruínas desta democracia feita de direitos adquiridos que nascerá um homem novo. Livre do Estado e das dependências que ele alimenta. Só falta a tomada do Palácio de Inverno. É uma questão de tempo. Porque, como todas as ideologias totalitárias, o "liberalismo científico" sabe que nada pode travar a marcha da história. Que inevitavelmente esmagará as forças da reação. A começar, claro, pelos esclerosados juízes do Tribunal Constitucional.

In www.expresso.pt de 16-10-13.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A BROA DOS VELHOS

A broa dos velhos

Por Alberto Pinto Nogueira

A República vive da mendicidade. É crónico. Alexandre de Gusmão, filósofo, diplomata e conselheiro de D. João V, acentuava que, depois de D. Manuel, o país era sustentado por estrangeiros.

Era o Séc. XVIII. A monarquia reinava com sumptuosidades, luxos e luxúrias.



A rondar o Séc. XX, Antero de Quental, poeta e filósofo, acordava em que Portugal se desmoronava desde o Séc. XVII. Era pedinte do exterior.



A Corte, sempre a sacar os cofres públicos, ia metendo vales para nutrir nobrezas, caçadas, festanças e por aí fora….



Uma vez mais, entrou em bancarrota. Declarou falência em 1892.



A I República herdou uma terra falida. Incumbiu-se de se autodestruir. Com lutas fratricidas e partidárias. Em muito poucos anos, desbaratou os grandes princípios democráticos e republicanos que a inspiraram.



O período posterior, de autoritarismo, traduziu uma razia deletéria sobre a Nação. Geriu a coisa pública por e a favor de elites com um só pensamento: o Estado sou eu. Retrocedia-se ao poder absoluto. A pobreza e miséria dissimulavam-se no Fado, Futebol e Fátima.



As liberdades públicas foram extintas. O Pensamento foi abolido. Triturado.



O Povo sofria a repressão e a guerra. O governo durou 40 anos! Com votos de vivos e de mortos.



A II República recuperou os princípios fundamentais de 1910, massacrados em 1928.



Superou muitos percalços, abusos e algumas atrocidades.



Acreditou-se em 1974, com o reforço constitucional de 1976, que se faria Justiça ao Povo.



Ingenuidade, logro e engano.



Os partidos políticos logo capturaram o Estado, as autarquias, as empresas públicas.



Nada aprenderam com a História. Ignoram-na. Desprezam-na.



Penhoraram a Nação. Com desvarios e desmandos. Obras faraónicas, estádios de futebol, auto-estradas pleonásticas, institutos públicos sobrepostos e inúteis, fundações público-privadas para gáudio de senadores, cartões de crédito de plafond ilimitado, etc. Delírio, esquizofrenia esbanjadora.



O país faliu de novo em 1983. Reincidiu em 2011.



O governo arrasa tudo. Governa para a troika e obscuros mercados. Sustenta bancos. Outros negócios escuros. São o seu catecismo ideológico e político.



Ao seu Povo reservou a austeridade. Só impostos e rombos nas reformas.



As palavras "Povo” e “Cidadão” foram exterminadas do seu léxico.



Há direitos e contratos com bancos, swaps, parcerias. Sacrossantos.



Outros, (com trabalhadores e velhos) mais que estabelecidos há dezenas de anos, cobertos pela Constituição e pela Lei, se lhe não servem propósitos, o governo inconstitucionaliza aquela e ilegaliza esta. Leis vigentes são as que, a cada momento, acaricia. Hoje umas, amanhã outras sobre a mesma matéria. Revoga as primeiras, cozinha as segundas a seu agrado e bel- prazer.



É um fora de lei.



Renegava a Constituição da República que jurou cumprir. Em 2011, encomendou a um ex-banqueiro a sua revisão. Hoje, absolve-a mas condena os juízes que, sem senso, a não interpretam a seu jeito!!!



Os empregados da troika mandam serrar as reformas e pensões. O servo cumpre.



Mete a faca na broa dos velhos.



Hoje 10, amanhã 15, depois 20%.



Até à côdea. Velhos são velhos. Desossem-se. Já estão descarnados. Em 2014, de corte em corte (ou de facada em facada?), organizará e subsidiará, com o Orçamento do Estado, o seu funeral colectivo.



De que serviu aos velhos o governo? E seu memorando?



Alberto Pinto Nogueira é Procurador-Geral – Adjunt

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Assunto:  A «Burla», segundo Ângelo Correia ...






http://www.youtube.com/v/HLfOhT6GfIg&autoplay=1&rel=0




natália correia

AS PREMONIÇÕES DE NATÁLIA
"A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a
Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como
grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista".
"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentirse
apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os
seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma
geração bem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao
trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem
esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do
país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará
os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de
querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez
vingança!"
"Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como
toda a Europa, todo o Ocidente".
"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda
querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje
não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".
"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes,
sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta
realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos
neste reaccionário centrão".
"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal
quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?"
"As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome,
corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A
Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a
maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional
sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar,
morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média
declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se
observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das
florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir".
Natália Correia
Todas as citações foram retiradas do livro "O Botequim da Liberdade", de
Fernando Dacosta.