quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

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Quando um administrador do Banco do Estado que foi reconduzido ainda apenas
há apenas seis meses dali sai e vai trabalhar para a concorrência, como fez
Santos Ferreira e Armando Vara, é legítimo que se levantem interrogações, ou
serei só eu que estou a ver mal a coisa?

Eu sei, reconheço que o meu feitio não ajuda, mas também como é que podia
ter bom feitio se passam a vida a gozar com a minha cara, com a minha e com
a vossa, mas por isso mesmo precato-me para tiradas mais manhosas da minha
parte. Tirei-me de cuidados, nunca fiando a 100% na memória que na minha
idade até pode atraiçoar-me e fui confirmar.

Jorge Tomé o administrador da Caixa Geral de Depósitos responsável pela
compra recentemente concluída de 70% da Banif CVC sai da Caixa e vai
trabalhar para onde? Para o banco com quem fez o negócio, o Banif! Como
Presidente da Comissão Executiva.

Não, não sou eu que ponho em causa a bondade do negócio, são eles que se
põem a jeito ou então fazem de nós parvos.

O que ressalta também no meio disto tudo é que a Caixa já teve melhores
dias, não vai há muito que se mordiam uns aos outros por um lugar no
Conselho de Administração, agora ainda apenas decorridos 6 meses da nomeação
daquele Conselho são já dois os que partiram, pior mesmo é quando vão
directamente para a concorrência. Longe vão os tempos em que o segredo era a
alma do negócio. Fica-se mesmo com a impressão de que toda a gente ali vai
precisamente para se pôr a par do negócio, ganhar nome na praça e depois ala
que se faz tarde.

Esta história trouxe-me à memória um outro administrador da Caixa, Júlio
Rodrigues, já falecido, mas daqueles da casa, subiu a pulso, sem trampolim
nem vara, que vestia mesmo a camisola, que entra pela sala de reuniões
adentro, vermelho de raiva, sem conseguir articular palavra, "calma doutor",
lá lhe fui recomendando, "mas diga lá o que se passa", "traição Adriano,
traição", era o que lhe saía da boca, mas da alma saía muito. Tavares
Moreira, outro espertalhaço da laia de Oliveira e Costa e Dias Loureiro,
tinha saído do Conselho de Administração da Caixa há apenas dois dias para
Secretário de Estado do governo de Cavaco Silva e apressara-se a tomar
algumas medidas que lesavam fortemente a empresa, sem qualquer aviso prévio,
sabia como e onde a atingir.

A Caixa sobreviveu, Tavares Moreira acabou por ser inibido de exercer de
funções de administração em instituições de crédito por um período de sete
anos e uma coima de 180 mil euros por gestão danosa no Central Banco de
Investimento, tal a propensão desta gente para as "negociatas", pena Júlio
Rodrigues já não assistir.

Agora são outros os actores, a Caixa está encalacrada no BPN, em França e em
Espanha, a juntar a isso vai ser espoliada da componente seguradora.
Sobreviverá?

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