segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012




“Tantas e tais coisas se tem cometido naquilo a que se convencionou chamar o campo da política, e que não é, grande parte das vezes,
mais do que uma livre carreira deixada a todos os impulsos da ambição ou do desejo de domínio, que hoje, aos olhares da maior parte das pessoas,
a política aparece como alguma coisa inteiramente afastada dos caminhos da santidade.”
Agostinho da Silva, As Aproximações, 1960
A Política tem que tornar a ser o campo dos “monges-soldado” de outras eras. O prémio pecuniário, a recompensa financeira devem ser mínimas
e todas as formas de “recompensa” após o termo da carreira política, em grandes empresas ou corporações, devem ser banidas.
O político deve sê-lo por convicção, não porque tal carreira signifique um bom salário ou segurança no Trabalho.
Não são os mais ambiciosos que devem ser atraídos pela Política, mas os mais abnegados e preocupados com o Bem e o Interesse Publico.
Eles existem, de valor e em numero suficiente, mas hoje não conseguem ascender nos Partidos porque os seus aparelhos estão bloqueados
por camadas sucessivas de Boys e Boyas que impedem qualquer ascensão por mérito e reservam todas as prebendas e tributos aos seus.
A renovação não deve assim verificar-se somente no sistema político e administrativo… deve ser também interior aos partidos,
que se devem desaparelhar e transformar em grupos de voluntários, desinteressados e motivados apenas pelo Bem Comum.


Agostinho da Silva

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