quarta-feira, 2 de novembro de 2011

> Tradução do mais recente discurso de Passos Coelho:

> anda por ai de mail em mail>
>
> Fechem-se em casa.
> Se tiverem a sorte de ter uma casa ou de conseguir pagar a renda de uma casa que nunca vai ser vossa.
> Não se mexam para não gastarem energias que podem vir a precisar depois para trabalhar. Quanto mais se mexerem mais fome terão e sede.
> Evitem comer e beber, principalmente beber, porque vamos aumentar os impostos até sobre as bebedeiras. Nunca vão comer a restaurantes, nunca saiam para se divertir, nunca mas nunca vão de férias.
> Saiam de casa apenas e só para ir trabalhar (de preferência vão a pé), sejam produtivos apesar de completamente desmotivados, esforcem-se por agradar aos patrões para não serem despedidos, ainda que vos peçam coisas que nada têm a ver com as vossas funções, ainda que vos maltratem, ainda que vos obriguem a trabalhar horas extra sem receber nada por isso, ainda que sejam explorados e estejam a recibos verdes (com patrão), ainda que sejam licenciados e estejam a receber o mesmo que um trabalhador sem formação, ainda que vos batam com um pau.
> Aceitem tudo para não serem despedidos porque se vocês não quiserem há mais 100 ou 200 escravos prontos para fazerem o mesmo que vocês ou ainda mais por menos ordenado.
> E os subsídios de desemprego... já se sabe, vão ser menores e por menos tempo... ninguém quer ir para o desemprego só porque não aceitou limpar os sapatos ao patrão com a língua, pois não? Portem-se com juízo, sejam cordeirinhos, aceitem tudo.
> Não comprem música, arte, não vão a museus, não visitem exposições, não comprem livros, não vão passear pelo campo: tudo isso são gastos desnecessários, ninguém morre por não ter acesso à cultura.
> Não comprem prendas de Natal, nem de aniversário, nem de nada. Toda a agente vai perceber porque eles próprios também não têm dinheiro para as comprar.
> Não mimem os vossos filhos com um doce sequer, porque depois vão ter de ir ao dentista com eles e isso, já se sabe, vai-vos ficar caro.
> Aliás, estamos todos proibidos de adoecer, de engravidar, de partir uma perna ou espirrar sequer. O Estado não tem orçamento para baixas médicas, subsídios de maternidade e ainda suportar as despesas de saúde das pessoas que decidiram que tinham de nascer em Portugal.
> Que azar termos nascido em Portugal, daqui para a frente não devia de nascer mais ninguém em Portugal!
> Ouviram casais jovens que pensam em ter filhos? Esqueçam isso, só vos vão dar mais despesas e preocupações... e se são daqueles que fumam
> (mais) por terem preocupações, esqueçam isso também: o imposto sobre o tabaco (que dá lucro ao Estado, mesmo depois de pagar todas as despesas com a saúde dos fumadores) também vai aumentar e quando virem o preço vão perceber porque é nos maços está a avisar que "fumar pode aumentar o risco de ataques cardíacos".
> Finalmente se já forem velhinhos, se trabalharam toda a vida para sustentar este ser virtual e egocêntrico que se chama Estado, que tudo vos pede e nada vos dá, se a única alegria que têm na vida é ir nas excursões do turismo sénior (esqueçam, esqueçam o turismo sénior...) ou dar uma notita aos vossos netos no Natal para ver um sorriso a nascer de quem nasceu de vós, dêem graças ao Alzheimer porque só ele vos pode ajudar a esquecer a merda de país em que "escolhemos" nascer.
> Até sempre.
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