Provavelmente esta Senhora precisou de ir à Holanda para descobrir a pólvora. Até sei que em Portugal, alguns pais " não regressam ás aulas no continente". Em portugal tivemos muitos desperdicio nas escolas que só agora se começa a apertar no sentido de poupar. Muito desperdicio de livros fornecidos gratuitamente aos alunos e outros materiais e refeições, sim desperdicio de refeições, muito pão no lixo, muita comida no lixo, muita fruta no lixo... e muito dinheiro no bolso para comprar bolos e outros produtos que se não se vendem no buffet das escolas, vendem-se no quiosque mais próximo.
Resta saber se ela estivesse em Portugal se não pensaria como a maioria dos pais. É pena que no nosso país os pais não tenham sabido ver aquilo que os alunos estragaram (ou não aproveitaram) à conta do Estado.
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> A Holanda é um pequeno/grande País...e nós...com a mania das
> grandezas...somos...o que somos!!!!
> Aqui...tudo tem que ser NOVO...DE MARCA...E O MAIS CARO DE TODOS...PQ É O
> MELHOR!!!
>
>
> *Hábitos de poupança na Holanda*
>
>
> *Nada que interesse a Portugal, país rico?*
> *A leitura do texto dispensa comentários...*
> Helena Rico, 42 anos, Groningen, Holanda
>
>
> *A propósito do desafio sobre os novos hábitos de poupança na abertura do
> ano lectivo, resolvi partilhar a minha experiência uma vez que vivo no
> norte da Holanda, onde tudo se passa de modo completamente diferente.*
>
> Em primeiro lugar, os livros são gratuitos. São entregues a cada aluno no
> início do ano lectivo, com um autocolante que atesta o estado do livro.
> Pode ser novo ou já ter sido anteriormente usado por outros alunos. No
> final do ano, os livros são devolvidos à escola e novamente avaliados
> quanto ao seu estado. Se por qualquer razão foram entregues em bom estado e
> devolvidos já muito mal tratados, o aluno poderá ter de pagá-los, no todo
> ou em parte.
>
> Todos os anos, os cadernos que não foram terminados voltam a ser usados até
> ao fim. O contrário é, inclusivamente, muito mal visto. Os alunos são
> estimulados a reutilizar os materiais. Nas disciplinas tecnológicas e de
> artes, são fornecidos livros para desenho, de capa dura, que deverão ser
> usados ao longo de todo o ciclo (cinco anos).
>
> Obviamente que as lojas estão, a partir de Julho/Agosto, inundadas de
> artigos apelativos mas nas escolas a política é a de poupar e aproveitar ao
> máximo. Se por qualquer razão é necessário algum material mais caro
> (calculadora, compasso, por exemplo), há um sistema (dinamizado por pais e
> professores, ou alunos mais velhos) que permite o empréstimo ou a doação,
> consoante a natureza do produto.
>
> Ao longo do ano, os alunos têm de ler obrigatoriamente vários livros.
> Nenhum é comprado porque a escola empresta ou simplesmente são requisitados
> numa das bibliotecas da cidade, todas ligadas em rede para facilitar as
> devoluções, por exemplo. Aliás, todas as crianças vão à biblioteca, é um
> hábito muito valorizado.
>
> A minha filha mais nova começou as suas aulas de *ballet*. Não nos pediram
> nada, nenhum fato nem sapatos especiais. Mas como é universalmente sabido,
> as meninas gostam do *ballet* porque é cor-de-rosa e porque as roupas
> também contam. Então, as mães vão *passando* os fatos e a minha filha
> recebeu hoje, naturalmente, o seu *maillot* cor-de-rosa com tutu, e uns
> sapatinhos, tudo já usado. Quando já não servir, é devolvido. E não estamos
> a falar de famílias carenciadas, pelo contrário. É assim há muito tempo.
>
> O meu filho mais velho começará a ter, na próxima semana, aulas de
> guitarra. Se a coisa for levada mesmo a sério, poderemos alugar uma
> guitarra ou facilmente comprar uma em segunda mão.
>
> Este sistema faz toda a diferença porque, desde que vivo na Holanda,
> terminou o pesadelo do início do ano. Tudo se passa com maior
> tranquilidade, não há a febre do "regresso às aulas do Continente" e os
> miúdos e os pais são muito menos pressionados. De facto, noto que há uma
> grande diferença se compararmos o nosso país e a Holanda (ou com outros
> países do Norte da Europa, onde tudo funciona de forma idêntica). Usar ou
> comprar o que quer que seja em segunda mão é uma atitude socialmente
> louvável, pelo que existe mil e umas opções. Não só se aprende desde cedo a
> poupar e a reutilizar, como a focar as atenções, sobretudo as dos mais
> pequenos, nas coisas realmente importantes.>
> *Publicado no "PÚBLICO" - 30-09-2011*
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> A Holanda é um pequeno/grande País...e nós...com a mania das
> grandezas...somos...o que somos!!!!
> Aqui...tudo tem que ser NOVO...DE MARCA...E O MAIS CARO DE TODOS...PQ É O
> MELHOR!!!
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> *Hábitos de poupança na Holanda*
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> *Nada que interesse a Portugal, país rico?*
> *A leitura do texto dispensa comentários...*
> Helena Rico, 42 anos, Groningen, Holanda
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> *A propósito do desafio sobre os novos hábitos de poupança na abertura do
> ano lectivo, resolvi partilhar a minha experiência uma vez que vivo no
> norte da Holanda, onde tudo se passa de modo completamente diferente.*
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> Em primeiro lugar, os livros são gratuitos. São entregues a cada aluno no
> início do ano lectivo, com um autocolante que atesta o estado do livro.
> Pode ser novo ou já ter sido anteriormente usado por outros alunos. No
> final do ano, os livros são devolvidos à escola e novamente avaliados
> quanto ao seu estado. Se por qualquer razão foram entregues em bom estado e
> devolvidos já muito mal tratados, o aluno poderá ter de pagá-los, no todo
> ou em parte.
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> Todos os anos, os cadernos que não foram terminados voltam a ser usados até
> ao fim. O contrário é, inclusivamente, muito mal visto. Os alunos são
> estimulados a reutilizar os materiais. Nas disciplinas tecnológicas e de
> artes, são fornecidos livros para desenho, de capa dura, que deverão ser
> usados ao longo de todo o ciclo (cinco anos).
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> Obviamente que as lojas estão, a partir de Julho/Agosto, inundadas de
> artigos apelativos mas nas escolas a política é a de poupar e aproveitar ao
> máximo. Se por qualquer razão é necessário algum material mais caro
> (calculadora, compasso, por exemplo), há um sistema (dinamizado por pais e
> professores, ou alunos mais velhos) que permite o empréstimo ou a doação,
> consoante a natureza do produto.
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> Ao longo do ano, os alunos têm de ler obrigatoriamente vários livros.
> Nenhum é comprado porque a escola empresta ou simplesmente são requisitados
> numa das bibliotecas da cidade, todas ligadas em rede para facilitar as
> devoluções, por exemplo. Aliás, todas as crianças vão à biblioteca, é um
> hábito muito valorizado.
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> A minha filha mais nova começou as suas aulas de *ballet*. Não nos pediram
> nada, nenhum fato nem sapatos especiais. Mas como é universalmente sabido,
> as meninas gostam do *ballet* porque é cor-de-rosa e porque as roupas
> também contam. Então, as mães vão *passando* os fatos e a minha filha
> recebeu hoje, naturalmente, o seu *maillot* cor-de-rosa com tutu, e uns
> sapatinhos, tudo já usado. Quando já não servir, é devolvido. E não estamos
> a falar de famílias carenciadas, pelo contrário. É assim há muito tempo.
>
> O meu filho mais velho começará a ter, na próxima semana, aulas de
> guitarra. Se a coisa for levada mesmo a sério, poderemos alugar uma
> guitarra ou facilmente comprar uma em segunda mão.
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> Este sistema faz toda a diferença porque, desde que vivo na Holanda,
> terminou o pesadelo do início do ano. Tudo se passa com maior
> tranquilidade, não há a febre do "regresso às aulas do Continente" e os
> miúdos e os pais são muito menos pressionados. De facto, noto que há uma
> grande diferença se compararmos o nosso país e a Holanda (ou com outros
> países do Norte da Europa, onde tudo funciona de forma idêntica). Usar ou
> comprar o que quer que seja em segunda mão é uma atitude socialmente
> louvável, pelo que existe mil e umas opções. Não só se aprende desde cedo a
> poupar e a reutilizar, como a focar as atenções, sobretudo as dos mais
> pequenos, nas coisas realmente importantes.>
> *Publicado no "PÚBLICO" - 30-09-2011*
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